Por Marluce Nóbrega, nutricionista
Um final de semana e uma reflexão.
No último sábado, escolhemos jantar numa cantina por
diversos motivos e o principal era que eu estava com vontade de comer uma boa pasta com vinho, estava um clima frio e
uma cantina tranquila foi o cenário perfeito que escolhi para um jantar
romântico. Entradas típicas acompanhadas de um bom vinho e depois, uma bela
massa fresca nos fez comer suspirando.
Domingo, após um café da manhã em casa, com frutas com
aveia, café preto e pão francês amanhecido na chapa com manteiga, eu e minha
irmã fomos até uma loja e lembrei que estávamos próximas de um restaurante que
fazia tempo que não íamos. Me deu
vontade. Um restaurante "natural" onde nos servirmos a vontade da bebida à sobremesa e no buffet capricha-se na
oferta de saladas que sempre apresentam uma inovação, como desta vez que fomos
surpreendidas com uma espuma de acelga. Uau, dá para inovar também na salada!
Demais, né? Além das saladas, também tem o prato quente com uma opção de massa,
uma opção de peixe, uma de ave, uma de proteína de soja e acompanhamentos
contando sempre com uma preparação frita, desta vez um bolinho de grão de bico.
Um lugar onde facilmente se abraça, com o trivial, todos os paladares. Enquanto
eu estava comendo, me veio a reflexão do motivo de num domingo eu estar ali num
restaurante "natural". O domingo para alguns é o dia de comer diferente da
semana e de matar as vontades. Para outros um dia normal como os outros da
semana. Para alguns seria um sacrifício comer uma gama de vegetais acompanhada
do trivial caseirinho. Para outros, normal.
O nosso corpo não sabe se é segunda-feira ou final de semana.
O nosso corpo nos envia muitas mensagens e se passarmos a escutá-lo o
equilíbrio virá naturalmente. Comeremos com prazer seja uma salada caprichada,
seja um pudim de leite condensado dos deuses e isso acontecerá contigo quando o
seu alimento, seja qual for, se tornar neutro. Não mais ser certo ou errado,
pode ou não pode, saudável ou não saudável, liberado ou proibido...
Uma segunda reflexão é existir, ou não, algo interferindo em
nossas escolhas alimentares. Por qual motivo estamos comendo como comemos? Você
sabe o seu motivo? São inúmeras as
possibilidades das nossas escolhas alimentares e nos prendermos a comer para
agradar os outros ou para alcançar algum resultado irreal dificilmente
sustentaremos o resultado que queremos ou adoeceremos.
E vou além, vamos comparar a nossa alimentação com um início
de um relacionamento? Se forçarmos a barra sendo quem realmente não somos não
vamos sustentar esse ?teatro? por muito tempo ou seremos bem infelizes, por
ignorarmos a nossa essência. É insustentável sermos quem não somos genuinamente
o tempo todo. Agora vamos fazer a mesma comparação com a nossa alimentação? Comer
ignorando a nossa história alimentar, os nossos sinais do corpo, as nossas
preferências, entre outros pontos importantes, não vamos sustentar por muito
tempo essa mudança. Podemos sim melhorar a nossa alimentação como um todo e não
toda. Mas, cada um no seu tempo, cada um no seu momento caso queiramos mudar
algo. E sempre, sempre mesmo, respeitando a nossa saúde e o nosso corpo!
Que o seu casamento com a sua comida seja cheio de surpresas
boas, amor, alegrias, prazer, paz, saúde, conquistas e que tenha um final bem
feliz!!