| A profissão que eu escolhi

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17 de novembro de 2015

A profissão que eu escolhi

Por Marcela Salim Kotait, nutricionista

Padre, blogueira, nutrólogo, advogado, jornalista, apresentador, chef de cozinha, cozinheiro.

Falta gente, com certeza falta gente. Gente que não sabe que Nutrição é uma ciência. Que não sabe que estuda-se muito para entender a ciência da Nutrição. Que não sabe que nutrir-se não é um ato isolado. Que não sabe que, para ser nutricionista, dedicamos muitas horas e muitos anos de nossas vidas estudando em fontes sérias e confiáveis sobre como melhorar a vida das pessoas por meio da alimentação. Gente que não sabe que dieta não se prescreve em guardanapo ou qualquer folha sulfite. Que não sabe que dieta não funciona, que não sabe que restrição alimentar causa transtorno alimentar, em muitos casos. Gente que não é nutricionista, mas que se acha no direito de ser. Gente que não conhece e que, por consequência, não valoriza a profissão que eu escolhi. Que eu estudei, que eu acredito e que eu amo. Gente que não devia ser seguida no Instagram como fonte confiável de informação nutricional, que desestimula diversidade corporal. Gente que deveria pregar o sabe, e não desvalorizar meu diploma. Gente que devia entreter as manhãs de muitos telespectadores, e não propagar dietas malucas e terror nutricional. Gente que cozinha coisa diferente, mas que não devia substituir ingredientes por outros que são “mais saudáveis” – mesmo que a gororoba cozinhada fique com aspecto horrível -, mas sim por ser mais gostoso e por representar a culinária do meu país. Gente que não distorce as recomendações da Organização Mundial de Saúde, dizendo para as pessoas criarem porcos para poderem comer bacon…

Confie no nutricionista, ele estudou, pode e vai te ajudar. Ele estudou para te ajudar a melhorar sua relação com seu corpo e com a comida.

Ele pode. Ele deve. Amém.