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Excesso de peso e informação alimentar e nutricional


Por Priscila Koritar, nutricionista

Recentemente foi publicada a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada no ano passado com usuários da Atenção Primária à Saúde em todo o Brasil. A PNS indica que a prevalência de excesso de peso na população adulta continua a crescer, acometendo 60,0% dos indivíduos do sexo masculino e 63,3% dos do sexo feminino. Esses números são impressionantes e são reais. Antes de começar, entretanto, acho válido destacar que entendo que o peso de um indivíduo é consequência de inúmeros fatores e que não necessariamente resulta em prejuízo à saúde.

Há alguns anos tenho atuado como docente em cursos de graduação e pós-graduação em Nutrição, em especial na área Clínica. No último ano assumi uma vaga de nutricionista na Atenção Primária à Saúde em um município próximo à São Paulo. Como docente, sempre defendi um olhar amplo ao indivíduo, indo muito além do peso. Na atenção básica, mantenho essa mesma premissa.

Partindo desse ponto, ao olhar para essa população percebo o quanto existe de carência de informação. Informações básicas, do tipo, importância de incluir mais frutas, verduras e legumes na alimentação diariamente; reduzir o consumo de bebidas adoçadas, de óleo no preparo da comida e de alimentos ultraprocessados. Parece até engraçado dizer isso, uma vez que a alimentação e a Nutrição são temas de grande interesse na atualidade, fazendo com que muita informação seja divulgada o tempo todo pelos mais diversos meios de comunicação e atores da comunicação.

Você deve estar se perguntando: “Como isso é possível se tanta informação é divulgada o tempo todo?!” E daí eu digo: Isso acontece porque muita dessa informação é, na verdade, “desinformação alimentar e nutricional”! Isso mesmo, desinformação alimentar e nutricional, uma vez que podem conter erros, informações incompletas ou enganosas, muitas vezes sem qualquer base científica. Voltando aos atores da comunicação, essa desinformação pode ser propagada por leigos, por profissionais da saúde e pela indústria alimentícia. E como ela seduz, atrai e parece digna de confiança (tanto de leigos quanto de profissionais da saúde)!!!

Como atora da comunicação, onde quer que eu atuar, vou continuar propagando que o peso de um indivíduo é consequência de inúmeros fatores e que não necessariamente resulta em prejuízo à saúde. No que diz respeito à alimentação e à Nutrição, sigo valorizando o Guia Alimentar para a População Brasileira.



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