Por Erika Checon Romano, nutricionista
Vamos falar um pouco sobre as atualizações que os congressos internacionais trazem para nós. O ICED (International Conference on Eating Disorders) é um evento organizado pela AED (Academy for Eating Disorders) e nesse ano aconteceu em Chicago. Alguns membros do GENTA estiveram lá, levando as pesquisas feitas por aqui e trazendo o que acontece lá fora.
Com sua apresentação oral e seu trabalho focado em prevenção, Karin Dunker mostrou a aplicação do programa “New Moves” em escolas públicas no Estado de São Paulo e discutiu o quanto a adesão teve impacto na mudança de comportamentos de risco para transtornos alimentares. Já no campo da atividade física, Paula Costa Teixeira apresentou parte dos resultados da pesquisa de doutorado que avaliou o nível de atividade física e comportamento alimentar de pacientes com transtorno alimentar.
Em relação às pesquisas internacionais, outros temas também foram discutidos, tais como: o papel do nutricionista no tratamento dos transtornos alimentares, a importância de não falar sobre um “peso ideal” com o paciente – mas sim ver seu histórico de flutuação de peso, a crítica sobre colocar a quantidade de calorias nos cardápios dos restaurantes americanos, a importância da relação terapêutica de base com os pais, além da presença constante em todo o congresso do movimento “Health at Every Size”. Um dos temas de destaque do evento foi a relação – cada vez mais estudada – entre microbiota intestinal e transtornos alimentares.
Os estudos só avançam nesses graves quadros de transtornos alimentares, e cada vez mais torna-se necessário prevenir: melhorando a relação do paciente com a comida, combatendo a mentalidade de dieta, respeitando os sinais internos de fome e saciedade e criticando a pressão da mídia pela magreza. Cabe aos profissionais de saúde tratar o corpo com ciência e combater os modismos das dietas.
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