Por Alessandra Fabbri, nutricionista
A aproximadamente um mês, mais uma turma do curso de aprimoramento em transtornos alimentares para nutricionistas e estudantes de nutrição do AMBULIM (curso do qual participo da coordenação há pelo menos 5 anos) finalizou sua formação, após 1 ano de curso teórico e estágios. Ainda imersa neste profundo sentimento de satisfação gerado pelos feedbacks que recebemos desta turma, decidi escrever sobre como é ser uma profissional que trabalha para tentar fazer a diferença.
Já comentei neste texto sobre como é ser uma nutricionista com uma visão diferente da alimentação e ensinar outros nutricionistas a terem um olhar mais amplo, falar sobre aspectos biopsicossociais da alimentação, sobre a relação entre comida e afeto, relação entre corpo e carinho/cuidado, sobre as dificuldades e o sofrimento carregado pelos pacientes com transtornos alimentares não é tarefa simples, principalmente, se considerarmos a nossa grade curricular extremamente focada no nutriente e no peso corporal mas, posso dizer que é muito, muito gratificante!
Compartilho com vocês alguns trechos na íntegra desses feedbacks escritos por alguns alunos:
?(..)gostaria de agradecer muito por a toda dedicação e empenho que vc e a equipe tiveram com conosco, e dizer que foi muito proveitoso os ensinamentos recebidos, me levando a sair desse curso muito diferente do que quando entrei. Espero nessa jornada árdua que temos com a nossa profissão colocar em prática mesmo contra interesses gerais o bem-estar do paciente acima de tudo? E.M Aluna do curso de aprimoramento
“(…) A história de vocês me fez perceber que o caminho é difícil, que ainda remamos contra a maré mas que nada é impossível e que acima de tudo devemos fazer aquilo que acreditamos ser correto sempre.Cada aula teve um significado especial, uma quebra de padrões e um choque de realidade, mudaram muito meu jeito de pensar e agir tanto no meio profissional como no pessoal, levo a vida de um jeito mais leve e consigo observar como o mundo está maluco rsrsrs. Minha paixão por essa área começou naquela primeira visita monitorada, despertando ainda mais minha curiosidade por TA”s e a vontade de aprender e ajudar as pessoas sempre que possível.? N. R Aluna do curso de aprimoramento
?Ao iniciar o curso não entendia como alguém poderia simplesmente não comer, ou comer e se purgar, ou não ter controle sobre o ato de comer, pra mim era incabível (…) O trabalho que vocês fazem é humano e isso é o que mais me encanta. Saber que ainda tem pessoas assim e um lugar no qual eu posso me ancorar me traz um conforto imenso ao coração.(…). Eu nunca pensei que atenderia alguém com TA, justamente por conta do meu preconceito, e hoje tenho um paciente com traços de compulsão alimentar. Dá medo sim, claro, mas estou indo devagar, sem expectativas e seguindo o aprendizado que ficou em minha mente e em meu coração. (…) Agradeço de coração todos os momentos vividos durante o curso, todas os atendimentos assistidos, todas as explicações dadas e todas as trocas realizadas.? K. S. aluna do curso de aprimoramento
Fico contente em poder contribuir para mudanças importantes na vida destas pessoas e mais satisfeita ainda em me empenhar para um futuro melhor na nossa profissão! Quero aproveitar e agradecer a confiança e o carinho depositado por cada aluno, e dizer que ensinar é sempre uma troca de saberes, encerro cada turma mais alegre e trago cada vez mais aprendizado para a turma que virá.
Até o próximo post!