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Microbiota – O segundo cérebro?


Por Ester Soares Paulino – Nutricionista

Os estudos sobre a microbiota humana cresceram vertiginosamente nas últimas décadas.

A microbiota (ou flora, microflora, microbioma) é parte importante de nosso organismo. Essa comunidade rica e espetacular que habita nosso corpo é conhecida e estudada desde 1700, com estudos iniciais de Antonie van Leewnhoek.

À partir dos anos 2000 esses estudos foram intensificados e as descobertas mostram que o uso medicinal e individualizado das variações presentes nessa flora oferecem aspectos importantes em diferentes áreas da saúde.

Por definição, microbiota é o conjunto de microrganismos que povoam o trato intestinal humano e que, em condições normais, não causam doenças.

A manipulação do compartimento bacteriano de nosso corpo é real e já é possível trabalhar diagnósticos e tratar de forma personalizada com probióticos para reequilíbrio da microbiota.

A alimentação é o principal fator de composição de modulação da microbiota intestinal, produzindo respostas metabólicas diferentes, de acordo com alguns estudos sobre a ingestão de nutrientes específicos e flora intestinal.

Os alimentos probióticos são aqueles que contém microrganismos vivos que ajudam na absorção dos nutrientes. São vírus, bactérias, leveduras, fungos que compõem a microbiota intestinal e são capazes de estabelecer uma relação benéfica no organismo humano. Favorecem desde as funções metabólicas, integridade da mucosa  até a proteção contra microrganismos patogênicos.

O nutricionista é o profissional de saúde que pode e deve acompanhar a suplementação dos produtos probióticos para um consumo seguro e saudável.

Uma flora intestinal saudável e rica em probióticos começa a ser formada desde o nascimento.

O consumo de alimentos funcionais dentro de uma dieta equilibrada e rica em fibras, fornece probióticos de maneira natural. Iogurtes naturais e desnatados, se possível caseiros, o Kefir, queijos, vegetais fermentados (chucrute, picles) são exemplos de alimentos probióticos que podem fazer parte de uma alimentação equilibrada.

Trata-se de uma nova ferramenta para diagnósticos e tratamento de diversas doenças. E os conhecimentos produzidos podem ainda ser incertos, mas fica cada vez mais claro que a microbiota é muito mais que um grande amontoado de microrganismos.

 

Para saber mais:

Caricilli AM1, Saad MJ. Gut microbiota composition and its effects on obesity and insulin resistance. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2014; 17(4):312-8.

Varavallo MA, Thomé JN, Teshima E. Aplicação de bactérias probióticas para profilaxia e tratamento de doenças gastrointestinais. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde 2008;29(1):83-104.

Duncan SH, Flint HJ. Probiotics and prebiotics and health in ageing populations. Maturitas2013;75:44–50.

Stephens RW, Arhire L, Covasa M. Gut microbiota: from microorganisms to metabolic organ influencing obesity. Obesity; 26(5):801-809, 2018.

Fonte da imagem: gettyimages.pt/detail/foto/kefir-mousse-with-cherries-imagem-royalty-free/900251822?adppopup=true

 



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