Blog


Ser satisfeito com meu corpo faz diferença?


Foto tirada do projeto ?Diversidade Feminina?, da fotógrafa e psicóloga Marion Caruso, que visa promover a beleza da mulher e suas diferenças.

Por Alessandra Fabbri, nutricionista

A definição de imagem corporal mais aceita atualmente ainda é a proposta por Slade: ?a figura que temos em nossa mente a respeito do tamanho, da estrutura e da forma do nosso corpo e os sentimentos a respeito dessas características da unidade do corpo e de suas partes constituintes?(1). Ou seja: ela não é somente a maneira como enxergamos o nosso corpo, mas também os sentimentos que temos em relação a ele. A insatisfação corporal faz parte de um componente da imagem corporal relacionada com as atitudes e as avaliações do próprio corpo(2). Dessa forma, a insatisfação corporal pode ser de?nida como uma avaliação negativa do próprio corpo, e nesta avaliação também estão envolvidos os pensamentos e sentimentos experimentados/vivenciados em relação ao corpo.

Historicamente, a insatisfação corporal sempre foi mais relacionada aos casos de transtornos alimentares, mas os trabalhos têm mostrado que ela também é encontrada em pessoas saudáveis(3). Você pode saber mais sobre os números da insatisfação corporal neste outro post.

Por que ser satisfeito com seu próprio corpo é importante? Pessoas que possuem uma imagem corporal positiva geralmente têm um nível maior de saúde física e psicológica, e melhor desenvolvimento pessoal. Ter uma imagem corporal positiva pode ajudar a melhorar a autoestima, a autoaceitação e permitir a prática de comportamentos mais saudáveis(4).

Então ser satisfeita faz toda a diferença!

Como posso mudar a relação com meu corpo? Aqui vão algumas dicas para começar a aceitar seu corpo como ele é (adaptadas de http://www.any-body.org/):

1. Pare de se pesar com muita frequência: pare de medir o quão bem você se sente sobre si mesmo baseado no que a balança te diz. A balança não te reconhece como uma pessoa e ela não deve lhe dizer como pensar ou se sentir. Livre-se das medidas e tente assumir o controle de como você se sente sobre o seu corpo e sobre si mesmo;

2. Pare de criticar o seu corpo: seja uma influência positiva para as outras pessoas, especialmente para as mais jovens, evite falar sobre peso e sobre o que você não gosta no seu corpo. Às vezes, você pode se sentir desconfortável por estar bem com seu corpo, quando todos à sua volta estão tentando mudar os deles. Mas toda discussão que temos sobre o peso e tamanho do corpo deixa uma impressão nas pessoas ao nosso redor. Nós estamos em perigo ao incentivar a busca pela perfeição inatingível, se continuarmos a seguir as regras estabelecidas pela indústria da dieta e pela mídia.

3. Questione a indústria da dieta, dos cosméticos e da moda: estas indústrias ganham dinheiro tentando determinar um “padrão” que todas as pessoas deveriam seguir. Moda e cosméticos podem ser um aspecto agradável da vida, mas vale a pena tentar comprar ?ideais irreais?? Experimente o que se adapta a você e ao seu corpo, ao invés de buscar algo inatingível.

4. Valorize seu dinheiro: se você não comprasse dietas irreais e destrutivas e gastasse o seu salário com coisas que refletem a pessoa que você é, você continuaria gastando o seu dinheiro com as mesmas coisas e da mesma maneira?

5. Aprecie seu corpo de uma perspectiva diferente: em vez de se preocupar com o tamanho e com a forma do seu corpo, aprenda a desfrutar da maravilha que ele é por meio do movimento, exercício, alimentação, saúde, conforto e prazer. Dessa forma, terá um senso mais sustentável de autoaceitação.

6. Tente comer de acordo com a fome: em vez de comer de acordo com um plano, respeite e ouça os sinais do seu corpo, ele sabe o quanto e que tipo de comida precisa. Quando você está comendo de acordo com a sua fome a maior parte do tempo, seu corpo irá se ajustar ao tamanho que ele deve ter.

7. Pense nas qualidades que você realmente admira em outras pessoas: pense nas pessoas que você realmente gosta e admira. Com esses valores em mente, realmente importa se essas pessoas estão em dentro do tamanho e da forma “ideais”?

8. Pense em como você lida com as emoções difíceis: se você parar de traduzir emoções difíceis em preocupações com o seu corpo e tamanho, haverá mais espaço e energia para se concentrar nos problemas reais, naquilo que nos faz felizes ou tristes em um determinado momento

9. Foque nas coisas que você gosta em si mesmo: ao invés de ficar obcecado pensando naquilo que acha inaceitável, abandone a ideia de um “corpo perfeito”. Procure serenidade para aceitar coisas que não pode mudar, coragem para mudar as coisas que pode e sabedoria para saber a diferença entre eles.

10. Seja um modelo: nunca é fácil ir contra a corrente. Mas sempre houve mulheres e homens que assumiram riscos para crescer e que estabeleceram novos padrões. Abrir caminho para gostar e ser quem você realmente é ir além do corpo.

Referências:

1. Slade, P.D. What is body image? Behav Res Ther. 1994;32:497-502.
2. Scagliusi, F. B., Alvarenga, M., Polacow, V. O., Cordás, T. A., Queiroz, G. K. O., Coelho, D., Philippi, S. T. & Lancha Jr, A. H. Concurrent and discriminate validity of the Stunkard´s ?gure rating scale adapted into Portuguese. Appetite. 2006;47 :77-82.
3. Preston C, Ehrsson HH. Illusory changes in body size modulate body satisfaction in a way that is related to non-clinical eating disorder psychopathology. PLoS One. 2014;9(1).
4. Pisitsungkagarn K, Taephant N, Attasaranya P. Body image satisfaction and self-esteem in Thai female adolescents: the moderating role of self-compassion. Int J Adolesc Med Health. 2013:1-6.



Posts mais recentes



Ortorexia Nervosa e Vegetarianismo

Olha o verão aí gente!!!

Comer intuitivo, Transtornos alimentares e imagem corporal

Fome e obesidade: O paradoxo da insegurança alimentar

A vida acelerada em 1,5x

Rimas infantis para pressões imbecis
Clique aqui e veja todos os Posts

2019 ® Genta - Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares