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#TáPago


Por Desire Coelho, nutricionista

Se você usa as mídias sociais já deve ter visto essa hashtag por aí.  Ela é utilizada logo após a sessão de treino, mas afinal de contas o que essas pessoas estão pagando? Normalmente não gostamos de pagar nem mesmo uma coisa que a gente quer muito, imagina algo que temos dificuldade de incluir na nossa rotina ou que sempre foi uma barreira.

Na nossa cultura o pagar está associado a um caráter punitivo. Se você tem que pagar é porque precisa compensar algo que fez. No caso da nutrição a associação é direta e por vezes até mesmo inconsciente, você precisa pagar porque você comeu. Será que esse é um modo adequado de tratar a atividade física? Os estudos mostram que não.

Um interessante estudo dividiu os participantes em dois grupos. Eles caminharam na mesma intensidade por 2 quilômetros em um campus universitário, mas enquanto um grupo teve um guia que falava sobre exercícios, calorias, intensidade de treino, o outro falava sobre a paisagem, sobre lazer. Ao final os dois grupos foram recebidos com uma mesa cheia de lanches, o que você acha que aconteceu? O grupo que teve o foco no exercício comeu mais, principalmente doces. O pensamento funciona mais ou menos assim, “se fui punido”, “se fiz algo que não gosto”, “se gastei”, eu mereço.

Com a #tápago o princípio é quase o mesmo. Por isso, se você encara o exercício como um modo de compensar pelo que comeu e queimar calorias. Se você faz algo que não gosta porque acha que isso vai te emagrecer, acho importante rever qual o papel dessa atividade na sua vida.

E atenção, o comer para compensar uma sessão de treino ocorre mesmo com quem não usa a hashtag! O que vai determinar isso será o modo como você encara a atividade física.

A ciência é muito clara em mostrar que a atividade física é fundamental para a saúde, mas isso está longe de significar que você precisa ficar uma hora na academia todos os dias ou fazer algo que não gosta, mas que está na moda. Acredite, nem todo mundo precisa de musculação ou crossfit. Todo movimento conta quando falamos de saúde. Seja andar para o trabalho, subir escadas, levar o cachorro para passear ou dançar, você pode e deve escolher o que você gostar e te fizer bem! Encare a atividade física como um momento de conexão com seu corpo, de descobertas e possibilidades. Mesmo aqueles pacientes que dizem não gostar sempre referem uma sensação boa ao término da atividade. Uma sensação de que se cuidou. Isso sim faz muito bem e pode até te ajudar com a sua alimentação, experimente!



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